segunda-feira, 21 de março de 2011

A voz do burro

Essa é minha quarta tentativa de manter um blog (sei que esse dado pode ser um pouco desencorajador). Na primeira tentativa, a minha preocupação era a reprodução teológica. Já na segunda, comecei a refletir sobre a teologia e lentamente me abrir para outros temas, dialogando, questionando, propondo, enfim, soltando pipas com um amigo. Na tentativa seguinte, estava modificado e deslocado, ansiando por exílio num outro mundo onde as fábricas pintassem de todas as cores suas fumaças. E aqui estou eu, como disse no começo, na minha quarta tentativa.

Provavelmente, essa nova empreitada terá suas especificidades, mas sinceramente não sei quais serão. Isso é estimulante, porque tanto eu quanto o leitor (espero tê-lo) as descobriremos juntos. O nome do blog brinca e força essa conotação do “não-saber”. Zurro, a voz do burro. Talvez, seja justamente nessa nuance agnóstica que essa quarta tentativa mais se distancie da primeira, embora carregue toda a minha historicidade. No Zurro, temas serão repetidos, modificados, desvendados, transpostos, como faz um compositor com os temas da sua música.

Recebi de uma amiga no meu último aniversário um livro com a seguinte dedicatória: “Espero que você encontre (neste livro) devaneios, fantasias, criação, originalidade, utopia, sonho, idílio, miragem, êxtase, força, vivacidade, luminosidade, contestação, contradição, inconformidade, vigor, enfim, tudo o que possa dar um pouco de sentido à condição humana”. Longe de pretender uma comparação com o gênio Fernando Pessoa, transcrevo a dedicatória apenas como uma prece para que juntos encontremos por aqui esse sentimento compositor de vida na discussão dos mais variados temas.

Vamos, vamos, isso foi só para ir preparando as coisas...

2 comentários:

  1. amém!! tava sentindo falta das suas tentativas quase sempre felizes de ler o mundo e inovar. Quase certo que eu também devo me inspirar por aqui!! hahaha
    De certa maneira me sinto também peregrino com você nas suas primeiras tentativas!!
    abraço

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  2. Robson, quero te fazer uma pergunta: Você se considera cristão protestante/evangélico, ou mudou alguma coisa? A sensação que eu tenho desta "quarta tentativa" é um distanciamento daquilo que você uma vez professou. Lembra-se das conversas sobre o calvinismo? E aí? Porque eu me sinto que você está escondendo algo? Um blog deveria representar seu autor naquilo que ele pensa e/ou faça. Porque eu me sinto que você está sendo evasivo aqui? Tô curioso!

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